sexta-feira, 7 de março de 2014

Reflexões abstratas

       A vida é tão ilógica. Tantas coisas nos acontecem, e não sabemos realmente quem somos e para onde vamos. Vivemos tudo numa lógica irreal, num sentimento de que tudo vai dar certo. Será que tudo realmente vai dar certo?
      A gente encontra pessoas, vive momentos, ajuda e é ajudado. Até que ponto isso é feito sem a mera esperança da troca e da reciprocidade? Vivemos numa incerteza das coisas, numa corda bamba. Às vezes acredito que não me conheço, que não me vivo. Às vezes sinto a vida como se ela fosse palpável, e isso é bem estranho. Na verdade a vida, ela sim é bem estranha.
Estar aqui é não saber ao certo o que vai nos acontecer amanhã, por mais que tenhamos nos planejado para que certas coisas aconteçam. O universo é incerto, tudo pode acontecer! E vai acontecer! 
DECEPÇÃO é a palavra do dia...

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A educação brasileira em época de reajuste e eleição

     A educação brasileira está em decadência, e não é de hoje. Nos séculos passados a educação era tratada com mais respeito, os professores eram mais valorizados e a sociedade era mais unida quando se tratava de reivindicar pela educação de seus filhos, pois escola não era sinônimo de creche ou internato. 
    A valorização da educação e dos professores vai de região para região, em que os governantes de cada parte do país têm ou não consciência da importância da educação para o desenvolvimento de sua região e do próprio país.
   Demagogicamente se discute sobre o papel da educação em seminários, simpósios, congressos, mesas redondas, quadradas, retangulares em escolas, em faculdades de educação e daí por diante. E isso resolve ou ajuda em alguma coisa? Não, não contribui em nada para melhorar a educação, por que quem deveria estar sendo os palestrantes de tudo isso não são os políticos, que nem sequer precisam ter nível médio ou superior, basta saber ler e escrever, e olhe lá, às vezes nem precisa, mas sim os professores, e não são quaisquer professores, mas os professores de ensino público, pois a decadência na educação assola principalmente a esfera social mais pobre e menos favorecida, e isso não é mais novidade para ninguém.
     O que me fez escrever essa postagem? É só olhar para o país, e aprofundar um pouco mais o olhar na Bahia. O país encontra-se num ranking bem distante dos países que investem na educação, bem distante daquela ilhazinha que se chama Cuba. Hoje as pessoas entram analfabetas nas escolas e saem analfabetas funcionais.
    Sei que muitos vão se opor ao que digo, mas é só olhar para o país e ver que bolsa escola, bolsa família, bolsa gás, fome zero, escola aberta e sei lá mais o quê não vai melhorar a educação, pois se fosse algo que  ajudasse a educação já tinha melhorado e muito. O mundo muda e a educação não acompanha os passos largos da tecnologia e modernização das coisas. Estamos vivendo em um mundo em que daqui a algumas decadas a profissão de professor não vai mais existir, estamos perto da extinção, isso é fato!O que podemos fazer? Nos unir para tentar salvar o mundo? Acho que não!

A NOVA ONDA DO "BUZU"

     A nova onda de Salvador agora é pegar dois e pagar um. Isso mesmo, parece até propaganda de loja. Mas, hoje se você pegar um ônibus até duas horas após você pode pegar outro e pagar somente uma passagem. Mas quais são as consequências dessa nova modalidade de transporte público de Salvador? Claro que ônibus e pontos lotado, a viagem que demorava 10 minutos passou a ser feita no mesmo trajeto agora num tempo de 40 minutos e até mesmo uma hora depois.
    Além disso passamos a contar com a sorte, pois os motoristas passam por fora do ponto para não parar o ônibus e atrasar suas viagem, onde os passageiros ficam a mercê da boa vontade dos mesmos.
     Com a nova modalidade de transporte público de Salvador qual(is) foram as mudanças feitas pelas empresas de ônibus e pela Prefeitura de Salvador? Nenhuma! Eles simplesmente pegaram um sistema falho e deficiente e tentaram colocar na cabeça do soteropolitano que eles estão trabalhando para melhorar, mas na verdade eles trabalham cada vez mais para nos enrolar, e isso eles nem precisam se esforçar, pois já sabemos muito bem. 
     Pelo menos na minha cabeça funciona assim: eu dou o privilégio do passageiro pegar dois ônibus num intervalo de até duas horas e pagar somente uma passagem, além disso aumento a frota, melhoro os pontos que não tem teto para se abrigar da chuva e do sol, tapos os buracos com asfalto de verdade que não derrete com uma chuvinha de 10 minutos, pois é, nossa cidade chove alguns segundos e alaga por dias afora.  E principalmente cursos de reciclagem a motoristas e cobradores de como ser educado com os passageiros e com o volante, pois sabemos muito bem que imprudências e falta de educação muitos deles têm e de sobra.
    Será que a nossa Salvador melhorou e vai melhorar? Essa é uma pergunta que não quer calar!

domingo, 31 de março de 2013

Relacionamento


    Como definir a palavra relacionamento? E um relacionamento? Duas perguntas que na minha concepção são diferentes e difíceis de explicar o liame. Na verdade acredito que assuntos ligados ao campo do coração não sejam fáceis de se explicar e nem necessários.  
    Quando se ama não é necessário explicações. Verdade? Sim e não, pois os sentimentalistas acreditam na primeira concepção, já os realistas procuram sempre uma justificativa para explicar o que sentem por alguém no campo do racional, seja o sentimento bom ou ruim. 
    Por mais que os dicionários e os realistas procurem explicar essa palavra, não basta essas explicações, pois relacionar-se vai muito além de conjecturas e objeções. Às vezes, de tão intensa que é a união chega a ser palpável. Relacionamento está atrelado a respeito que é a base para qualquer tipo de relação. Dessa forma se eu não respeito o outro nunca será estabelecido nenhum tipo de relação entre nós. É aí que está a chave para se entender o que é um relacionamento, NÓS. 
    Se até então o que prevaleceu foi as atitudes e as palavra do outro o que se estabeleceu não foi um relacionamento e sim uma unilateralidade sentimental mais conhecido como egoísmo. Num relacionamento os atos de um não deve influenciar o outro a ponto de ser reciproco porque o outro fez, mas sim por justiça na lei dos homens e por amor no que concerne ao coração tanto do ponto de vista positivo quanto de atitudes negativas.  
    Certas atitudes são inerentes aos seres humanos sejam elas boas ou ruins, por isso não adianta culpar o outro por ser assim ou assado, pois quando o outro é bom, justo e honesto não saímos por aí nos gabando que a "culpa" é do outro por te nos transformado num ser semelhante. O outro será sempre o outro, o algoz, aquele que causa problemas, antipático, rude, grosseiro, simplesmente o outro. Nunca terá o mérito pelas boas atitudes.  
    EU + TU= NÓS. Quando eu não permito certas atitudes sua, certas palavras sua, eu não me permito relacionar-me, eu não permito que você entre em minha vida, eu não permito compartilhar, simplesmente não vivo com você, por você, vivo por mim. Quado nós nos permitimos certas atitudes, certas palavras é porque já amadurecemos a ponto de compreender que dependemos um do outro e nos repeitamos mutuamente, que sabemos compartilhar, ouvir, falar quando preciso e calar quando necessário.  

domingo, 28 de outubro de 2012

Teleoperador

telemarketing2 Dicas Para Ser um Bom Profissional do Telemarketing
   Essa é a imagem que a maioria das pessoas têm de um operador de telemarketing, sorridente, pronto para atender e solucionar os problema, sejam eles quais for, mesmo os que não estão ao nosso alcance. Verdade? Mentira!

   O fato é que a maioria das pessoas não têm noção de como se comportar durante o atendimento, não só por parte dos clientes, mas por parte dos operadores. Mas o que leva as pessoas a agir dessa forma? As pessoas estão deixando de ser delicadas, agem de forma bruta e inconsequente, pois da mesma forma que estão de um lado podem um dia estar do outro.  
   O cliente de certa forma já liga querendo uma solução para o seu problema, e ele não quer saber se o operador tem ou não autonomia para solucionar o problema. Ele quer uma solução, até mesmo "aquele jeitinho", pois eles acham que podemos modificar o que já está formatado pelo sistema. Antes de chegar ao atendimento receptivo o cliente já passou por inúmeros atendimentos e o operador é a última pessoa que o cliente quer falar, se ele não resolver o problema já vai a última instância PROCON. Ou às vezes, o cliente nem sequer procurou atendimento correto e quer que o operador resolva.
   Já o operador, muitas vezes se entende, mas não justifica o mal atendimento, pois ficar mesmo que seja por um período de 6 horas com um fone no ouvido, escutando o cliente falar de seus problemas, até mesmo ouvi-lo gritar, xingar entre outras coisas é desgastante. Às vezes, se compreende a insensibilidade do operador, pois do outro lado da linha há uma pessoa que sofre pressões de todos os lados, é meta, é horário, é família, filho(s), é TMA, rechamadas, satisfação, vendas etc e tal.
   Quem está certo nesse jogo de empurra-empurra? Nem um nem outro. Infelizmente o mundo anda doente, uma doença crônica que assola a sociedade, e que faz as pessoas agirem de forma estúpida. As pressões existem, cabe a todos nós mudar o rumo da história e fazer  jogo inverter ao nosso favor, a pressão nos faz crescer a medida que entendemos que ela é imprescindível para o nosso crescimento, e a medida que não a deixemos nos sufocar ou aceitar as coisas de forma inerte. O que isso tem haver com o que eu estava falando anteriormente? Tudo! Basta entender que até para nascer sofremos pressão, seja ela por que a bolsa estourou ou o médico usou a fórceps. Não sobrevivemos a isso? Então podemos sobreviver a qualquer outra coisa, basta mudar o rumo da história!  

domingo, 17 de junho de 2012

O amor e o efeito da modernidade

    Amar na atualidade é muito complicado. É difícil achar uma pessoa para amar no século XXI, mas não impossível. O que me fez escrever essa postagem? Não foi pela falta de amor ou por decepção amorosa, mas devido a alguns relatos que venho escultando a alguns dias. E por incrível que pareça não foi apenas um ou dois, mas vários relatos.
   Outra coisa que me motivou foi um texto intitulado "Amor líquido - A fluidez dos relacionamentos na atualidade. O que me faz lembrar que é o título de um dos livros de Zigmund Bauman, que trata das relações efêmeras, que como o autor diz é a marca da modernidade. Então quer dizer que ser moderno é não ter amor? Na verdade eu não sei a resposta da minha pergunta, mas é o que parece estar acontecendo com as pessoas, a falta de amor. Em todos os sentidos.
    As pessoas hoje não se relacionam, elas ficam, elas pegam, eles dão uma rapidinha. E depois? Não existe o depois, existe apenas o agora, o logo. Depois como muita gente diz é: "beijo e tchau". Não existe mais respeito com os sentimentos das pessoas, parece uma febre que assola milhões de pessoas. De repente você encontra alguém, vocês se conhecem, começam a namorar. Mas de repente ainda, essa pessoa vira pra você, isso é quando terminam a relação pessoalmente, quando não acontece por telefone, pior ainda é pelas redes sociais, e o facebook é campeão nisso, e diz: não dá mais, você merece pessoa melhor do que eu, e eu não sou essa pessoa, te desejo toda felicidade do mundo". Aí você se pergunta: "como assim?" Se ainda ontem vocês trocavam juras de amor eterno.
    Aí que a gente para pra pensar e fica a se perguntar se a culpa não é nossa. Sim a culpa é nossa com toda certeza. Nos apaixonamos e quando isso acontece, e a outra pessoa percebe que estamos dispostas a tudo, o que acontece? Elas brincam com nossos sentimentos, como se fossem brinquedinhos de estimação. A gente sente ódio, rancor, raiva, mas não pode fazer nada. Apenas nos blindamos para os próximos relacionamentos. Ficamos mais espertas, mais atentas às pessoas que se aproximam da gente.
    Quem hoje escreve cartas de amor? Soa ridículo não é? Tenho certeza que quem leu essa frase pensou: pra que escrever carta de amor, se eu posso mandar um torpedo, um scrapp ou um comentário no facebook? Então caro leitor, eu sou ridícula. Sou do tipo que escrevo, ponho no correio e aguardo ela chegar até a residência da pessoa ou escrevo e entrego nas mãos da pessoa.
    As pessoas já não sabem mais o que é romantismo. Dizer eu te amo é clichê, e as pessoas acham que essa é a única forma de demonstrar amor, dizer eu te amo qualquer um diz, até se eu ensinar ao meu papagaio. Demonstrar amor é ter atitude! Demonstrar amor não é comprar o coração do outro com presentes, você conquista o coração do outro com gestos românticos, que foram perdidos com o tempo, uma rosa roubada da roseira do vizinho que salta ao muro de sua casa, um chocolate em formato de coração com um bilhetinho escrito nele. Um simples eu estarei com você em todos os momentos de sua vida, e não só dizer, mas fazer quando realmente for necessário.    
    Amar é respeitar o tempo, o espaço e o limite das pessoas. Amar é dizer a verdade, mesmo que essa verdade doa ou venha trazer alguns transtornos pro casal, nada que o tempo e o diálogo não venham colocar cada coisa em seu lugar. Às vezes a gente acha que não está pronto para amar alguém. A gente nunca está pronto, principalmente pelo fato de que cada pessoa que encontramos no caminho é única, dessa forma não podemos agir da mesma forma com todas elas. A gente tem que estar sim é disposta(o) a todo momento a querer amar, incondicionalmente. A gente tem que querer o bem às pessoas. 
    Não ame pela metade, não ame quando der, não ame quando você tiver tempo para o outro, ame por inteiro, ame de verdade, pois as pessoas nem sempre estarão dispostas a esperar pela sua boa vontade. As pessoas reclamam que está difícil de se relacionar hoje com alguém por muito tempo, mas o que é que elas fazem pra isso acontecer de fato? Nada. Continuam a fazer as mesmas coisas achando que estão agindo da forma correta, por que o erro nunca é nosso e sim do outro. As verdades são muitas, o que falta é o amor.  Como diz um poeta que amor tem haver com lentidão, e todo tipo de violência tem haver com a velocidade. Quem sabe se essa falta de amor não seja pela velocidade e correria das pessoas e coisas  na atualidade?

A velocidade da vida e as coisas de antigamente

    Com a velocidade da vida, e com o avanço tecnológico, que culminou nessa velocidade, andei observando que as coisas boas e simples de antigamente estão sendo esquecidas e deixadas dentro de um livrinho do era uma vez. A velocidade da vida gera a violência e muitas coisas negativas, já a lentidão promove o cuidado com as coisas e com as pessoas. 
    É uma nostalgia dos bons tempos, em que eu ainda nem entendia de fato o que estava vivendo naquele momento. Mas hoje revivendo minhas vagas lembranças vejo que aquele era o tempo. O avanço tecnológico mudou por completo a vida das pessoas. Isso é bom. Isso é ruim. Isso fez com que as pessoas evoluíssem de certa forma. Mas ao mesmo tempo fez com que as pessoas regredissem. 
    Tenho lembranças da década de 90 em que as coisas eram mais simples e mais interessantes. Era interessante descobrir coisas. Hoje não há surpresas nas coisas, há presentes sem surpresas. Há coisas sem lembranças. As cartas chegavam em nossas casas sendo pronunciadas pelo grito do carteiro "carteiro". Hoje elas são arremessadas por cima do muro, pelas gretas do portão, e colocadas nas caixas de correio, e ficam lá morfando por dias, semanas e até meses, tudo pela falta do grito do homem do correio. A mesma coisa são as contas, quando chegava se ouvia o entregador gritando "Coelba", "Embasa", hoje elas são silenciadas nas caixas de correio, quando são colocadas lá. 
    Outra coisa que sinto muita saudade é do sentido das festas comemorativas: Festa de Ramos, Carnaval, Páscoa, São João , Natal e Ano Novo. Estamos em época de São João e comecei a rememorar quando me vestiam com aqueles vestidinho juninos,  e pintavam meu rosto, e traçavam meus cabelos de Maria chiquinha e por fim vinha o chapéu de palha. A festa começava praticamente depois que acabava o carnaval, as pessoas se preparavam para dançar, tinha os ensaios e disputas de quadrilhas juninas. Havia as festas de largo, com comidas típicas feitas em casa. As ruas eram todas enfeitadas pelos moradores, não havia uma rua sem enfeite, parecia até um segundo céu, o de bandeirolas. As cumadres iam uma na casa da outra para preparar os quitutes, ralar o milho, o coco e a mandioca e prosear um pouco. Os vizinhos iam comer uns na casa do outro como forma de camaradagem. E hoje o que vemos? O São João sendo cancelado pelo descaso do governo no que tange problemas sociais, que culminou nesse cancelamento e que vai afetar ainda mais a economia desses lugares. Festas juninas com axé, pagode, samba e sem forró. Todas as festas se transformaram de forma a se organizar em torno do dinheiro. E por isso a tecnologia causou danos irreversíveis para a sociedade. 
    Não sou contra a tecnologia nem a modernização. Sou contra ao que venha causar danos em nossas memórias. Sou contra a promiscuidade que se transformou as coisas: violência, sexo, morte, bebida e dinheiro.  Onde fica as coisas simples da vida, o amor e os gesto de carinho? E olha que as pessoas de hoje pensam que quem pensa dessa forma como eu são antiquadas, de antigamente. De certa forma estão certas, pois quem guarda esses valores é porque já viveu. E quem não viveu acha que vive o melhor dos tempos. Infelizmente não veremos mais as coisas como antigamente, as novas gerações não terão esse prazer, estarão inseridos cada vez mais numa cultura acelerada e sem sentido. 
    Espero viver mais um pouco para poder contar tudo o que vivi. Espero que o mundo de amanhã ainda tenha idosos como no de idoso. Mas idosos com histórias alegres para contar e principalmente com memória.  

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Máscaras

    Máscaras são acessórios que caem muito bem nas pessoas em baile, festa a fantasia ou bloco de carnaval. Mas, infelizmente, as pessoas estão usando máscara ou melhor máscaras, quando a gente pensa que é só uma aparecem inúmeras fantasias que as pessoas usam no dia-a-dia.
    Recentemente na Rede Record de televisão estreou uma novela chamada "Máscaras". Fiquei um tempo pensando na metáfora e que ao mesmo tempo se transformou em ironia na minha cabeça. Venho pensando a um tempo nessas máscaras que as pessoas usam para conseguir alguma coisa. Me vem logo à cabeça os políticos e suas inevitáveis máscaras em época de eleição.
    As pessoas estão tornando-se mascaradas frente às outras pessoas. Na verdade ninguém sabe quem é quem, já se perdeu de vista  o verdadeiro rosto e sentimentos das pessoas. Vive-se anos com um  (a) máscarado(a). Dorme-se ao lado de fantasias. Fantasia-se o tempo todo algo que na verdade não temos certeza se é  ou não é.
    Mas, nem toda máscara fica imune ao efeito do tempo e de seu desgaste. Uma hora ou outra essa máscara cai de forma inesperada e ai já viu não é? E agora José?    

sexta-feira, 20 de abril de 2012

"Tempos de delicadeza"

    Estou lendo "Tempos de delicadeza", de Affonso Romano de Sant'Anna, grande poeta brasileiro. Em meio ao caos mundano, esse livro me caiu como uma luva.
    Antes de iniciar a leitura do livro analisei minunciosamente o título do mesmo, parte por parte, como se fosse dissecá-lo para tentar desvendar o seu conteúdo. Tenho dessas manias, tento fazer uma pré-visualização do que o poeta irá me apresentar. Essa é uma prática saudável e aguça os sentidos. Mas, também eu poderia iniciar minha leitura sem ter que analisar o título ou o que quer que seja, e assim adentrar o conteúdo do livro de uma forma "desarmada" e ver o que o poeta iria me apresentar.
    Mas não foi por acaso que escolhi esse livro para ler de forma distraída e descompromissada. A priori a minha escolha foi pelo título da obra, pois ele é direto e bem sugestivo, além de irônico, "tapa com luva de pelica". Em segundo lugar escolhi o livro por causa do escritor, por já ter lido muitas coisas de suas outras obras. E em terceiro lugar foi por causa de meu amor, esse livro me foi sugerido e emprestado. Que fique claro que a ordem aqui não queira dizer prioridade, mas sim o que minha memória conseguiu de uma forma desordenada ordenar as coisas. 
    Mas, deixando de explicações, vamos ao conteúdo do livro. A maioria dos textos foram publicados em vários órgãos de imprensa do país. Neste livro o poeta trata de assuntos corriqueiros da vida com o olhar demorado e singular da poesia. Para resumir o tema do livro, transcrevo aqui parte de seu texto inicial, o que me fez escrever essa postagem, crônica, conto, relato, história ou sei lá o quê, chamem vocês caros leitores como quiserem:
      "Sei que as pessoas estão pulando na jugular uma das outras. 
       Sei que viver está cada vez mais dificultoso.
      Mas talvez por isto mesmo ou, talvez devido a esse maio azulzinho, a esse outono fora e dentro de mim, o fato é que o tema da delicadeza começou a se infiltrar, digamos, delicadamente nessa crônica, varando os tiroteios, os sequestros, as palavras ásperas e os gestos grosseiros que ocorrem nas esquinas da televisão e do cinema com a vida. (...)
     Sei o que vão dizer: a burocracia, o trânsito, os salários, a polícia, as injustiças, a corrupção e o governo não nos deixam ser delicados.
     - E eu não sei?
     Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados."
(Trecho da crônica "Tempos de delicadeza")

    Em meio a brutalidade de nosso cotidiano, da crueldade do ser humano frente a outro ser humano resolvi fazer essa postagem. Não há justificativa plausível para ser grosso, cruel e desumano com as outras pessoas. E não são as grandes atrocidades que são ditas brutais, mas a nossa brutalidade é tão sútil, que, às vezes, em pequenos atos, em palavras ríspidas, em gesto de indelicadeza que ela aparece e nem percebemos o quanto fomos brutos. Quando se percebe a pessoa já fez um pré-julgamento da gente, e encontra-se bem afastada de nós. E o pior, já saiu por aí espalhando para todo mundo o quanto somos brutos. É a nossa imagem feita. 
    O sorriso é nosso cartão de visita, não devemos estragá-lo ao abrirmos a boca e sermos brutos. Do que nos adianta um belo sorriso se de nossos lábios são profanadas palavras ríspidas? às vezes é melhor ficar calado que falar besteiras. No nosso cotidiano a indelicadeza impera, a cada contato com as pessoas, entre dez, oito foram brutas, e suas imagens foram feitas por nós e espalhadas por aí. Exagero meu? Não! Vou citar alguns exemplos, quantos de nós entramos num ônibus e damos bom dia, boa tarde ou boa noite ao cobrador? E ao sairmos agradecemos ao senhor motorista? Não! Se todo mundo disser que sim é mentira, pois tenho certeza que muitos de nós achamos que eles não estão fazendo mais que suas obrigações. Errado! Ser gentil independe de obrigação, é questão de educação. Quantos de nós fazemos pré-julgamentos das pessoas mesmo antes de conhecê-las? Quantos de nós ignoramos outra pessoa por ela não fazer parte de nosso grupo, de nosso status social ou o que quer que seja? Pois só lhe damos com pessoas que se pareçam conosco ou eu estou errada? Quantos de nós não damos bom dia, boa tarde, boa noite em locais que adentramos ou que chegamos atrasados? Quantos de nós ignoramos a autoridade das pessoas, passando por cima de leis e regras para satisfazer nossos desejos pessoais?  Tudo isso é indelicadeza. Eu poderia passar um bom tempo aqui escrevendo indelicadezas que cometemos no nosso dia-a-dia, mas prefiro passar para o próximo parágrafo, pois todo mundo sabe o quanto é indelicado com os outros. 
    E não adianta dizer que é culpa do governo, da "justiça injusta". Acredito que muitas pessoas não sabem o significado de "dar tapa com luva de pelica". É o mesmo que ser delicado, brutalmente delicados! Do que adianta "pagar na mesma moeda"? Aí me veio aquela frase de Shakespeare "Ser ou não ser, eis a questão"? Tá na dúvida, é melhor não ser, seja você mesmo, mas se ser você mesmo é ser que nem os outros, então seja um outro, o que ainda não existe. Mude. Seja acima de tudo delicado!
    Ser delicado não é questão de gênero, tanto o sexo feminino quanto o masculino, quantos gays, lésbicas, transsexuais e outros gêneros podem ser delicados. Delicadeza vem de dentro do coração, muitas pessoas precisam com certa urgência passar por uma desintoxicação  coronária, talvez pulmonar, pois as pessoas são movidas pela brutalidade, assim como também a respiram. 
    Na contemporaneidade, seguindo para o futuro, digo que é necessário praticarmos a delicadeza, pois já estamos vivendo em tempos de caos, assim como o mundo foi criado num caos, sem querer aqui defender nenhuma tese sobre a criação e existência do ser humano, vai ser difícil mudar o que já está predestinado, e de novo sem querer defender teorias de destino e pré-destinação, apenas digo isso pelo simples motivo de nós mesmos estarmos criando um caminho sem volta, que se escreve em nossas vidas. Senão a guerra não seria a desestabilização da harmonia, e só existe guerra pela insatisfação do ser humano em querer mais do que tem, e em querer ser mais do que pode ou mais do que os outros, isso é indelicado, brutalmente indelicado. 
    Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados."

quarta-feira, 7 de março de 2012

Quando a gente ama


    É tão estranho quando a gente está amando. A gente é capaz de tudo pela pessoa amada. Não estou falando de obsessão, mas sim de amor, de paixão de verdade.

    Quando a gente ama tudo se torna tão belo aos olhos. Evidente que todo mundo tem defeitos. Ninguém é perfeito e nem será, pois não existe ninguém perfeito e nunca existirá. Mas aos olhos de quem ama não há defeitos na pessoa amada, e se há não são tão graves a ponto de causar brigas ou desentendimentos e se causar ambos são capaz de mudar só para ter que se ama ao lado.
    O ponteiro do relógio é o nosso grande inimigo, as horas demoram em passar para encontra a pessoa amada, pra abraçar, pra beijar. Pra estar perto sentindo o cheiro, o toque da pele, o gosto do beijo.
    A saudade causada pela distância é uma angustia angustiante. É ela quem nos faz querer cada vez mais estar perto de quem se ama. A gente só sente saudade de alguém que amamos muito. A gente só sente por aqueles que queremos muito. O desejo é uma faca de ponta fina que machuca o coração constantemente, numa loucura incessante por querer sempre mais a quem se ama.
    Você caro leitor já sentiu seu coração parar, sua respiração cessar, e de dentro vir um suspiro longo e incontrolável? Se já isso se chama amor, se não tenha calma, pois você vai encontrar alguém que te faça suspirar 1000 vezes por segundo, e isso se chama AMOR!
    Quando a gente ama se fica assim meio "bobo". Ah, o amor. Quando eu amo, eu sou toda amor, sou toda sua...