sexta-feira, 7 de maio de 2010

Preconceito "burrocrático"

    É engraçado. Na verdade, não sei nem quem ou o que é engraçado, se a vida, se sou eu ou se somos nós seres humanos, que de tão racionais, acabamos nos tornando irracionais. Fazemos pré-julgamentos das pessoas, ridicularizamos ou até mesmo as ignoramos. Agora me pergunto porque e para que? Muitas pessoas usam desse artificio para se darem bem na vida, às custas dos outros ou até mesmo nas mazelas dos outros.
    No meu caso, a engraçada sou eu, pois todas as vezes que julguei as pessoas, acabei fazendo julgamentos errados. Por qual motivo as julguei? Simplesmente, pela primeira aparência, pelo primeiro gesto, pelo primeiro olhar ou até mesmo pela primeira atitude "errada" - o que é errado para um pode não ser errado para o outro - em relação ao outro, ou pior, por influência de outros, que é pior ainda. Dar oportunidade a elas, é dar oportunidade à mim mesma de conhecer o mundo, suas particularidades e suas verdades, se é que elas existem, inabaláveis e até mesmo inaceitáveis.
    Essa é a vida tirando sarro de minha cara, pois hoje encontro-me aqui, revendo meus julgamentos e posicionamentos em relação às outras pessoas. Um dia quem julguei, hoje são pessoas extremamentes próximas a mim. Pessoas incomparáveis, geniais, de face tão limpida quanto a minha, de sentimentos tão belos quanto os meus, de vontades tão próprias quanto as minhas, de serem humanas tanto quanto eu, simplesmente de terem uma vida, não importa se "melhor" ou "pior" que a minha, são vidas que merecem ser vividas e aplaudidas. Preconceito nunca mais!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Alguma coisa urgentemente



    Aqui vai mais uma coisa, de não sei quantas que fiz sem perceber. Mas intuitivamente fiz e, deu muito certo.  Sou passageira, não escolhi está aqui. Mas estou. Agora tenho que ser transportada nesse comboio em busca de uma resposta. Concreta. Coerente. Algo que me faça acreditar veementemente em tudo isso.
    Tudo isso que na verdade nem sei o que é. Mas que constante e insolitamente me surge. Sigo o curso desse rio, e na correnteza vou. Vou em busca de uma margem que me sustente. Vou em busca de solo. Vou em busca de algo. Não sei o que procuro. Mas sei que no meio de tudo, me encontrarei. Encontrarei um caminho. Encontrarei um curso certo. Encontrarei uma vida. Quem sabe não seja você?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Por dentro uma personalidade minha


Fico pensando porque ela escreveu isso. Será que é isso mesmo? Será que por dentro é uma personalidade minha, ou melhor, dela? Mas acredito nela, porque sei que ela é uma personalidade incrível. Ninguém a supera em matéria de felicidade. Ela é pra frente, a frente de seu tempo. Será que ela tem tempo? Às vezes, acho que não. O tempo dela segue num relógio que não marca o tempo, na verdade nem sei se posso chamá-lo de relógio. Poderia sim chamar contador de felicidade. Mas parece burocrático. E de burocrático ela não tem nada. Ela não conta o tempo, ela faz questão de perde-lo e nunca achá-lo.

Com ela não tem tempo ruim, não tem chove não molha, e não gosto não. Se não gosta e não aguenta pra que veio? Ela mede, aliás, ela é a desmedida, a desconjuntura em pessoa. Mas é gente fina, passa em qualquer agulha. Você pode ter uma má impressão, mas não tenha não. Ela vai fazer você passar raiva, amá-la e odiá-la num extremo ao outro. Não deixe que ela descubra o seu ponto fraco, pois será uma guerra contra você mesma aguentá-la. Terás que ter muita paciência, deixa, deixa, deixa... Um dia ela cansa, e você acaba chamando-a de "pri", ainda, não concordo mais tudo bem, eu não tenho escolha mesmo.

Compasso

    Depressa sinto o meu coração bater. E no meu último palpitar respiro meu único último suspiro...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Por entre dentes

    Apertei os dentes. Pensei que mordia meus pensamentos. Apertei, apertei... Ficou no ar minhas tentativas. Mastigava pedaço, por pedaço do que achava que mordia. Mordia minha língua. Sangue escorre por entre os cantos de minha boca. Mordia meus desejos e medos. Mordia minha paz que procurava um lugar para descansar desta luta incansável. Degluti pedaço por pedaço do que me restara, do que não mastiguei, do que não devorei em pensamento. Agora ponho pra dentro. Foi só um pensamento.

Farsa

    Entre lágrimas, sangue, muita dor. Você me vem com afeto. Não quero consolo. Não quero pena. Não quero que chore por mim. Não adianta. Você me diz sempre as mesmas coisas. Mas ai dentro sei que não é bem isso que você realmente pensa. Finjo acreditar no que me diz. Mas isso me corrói a cada instante, pois sei que é farsa. Me esforço pra acreditar em cada palavra, mas não dá.
    Como se isso não fosse o bastante me diz coisas absurdas, desacreditadas. Continuo, finjo, disfarço, fecho os olhos, tapo os ouvidos. Tento afastar os medos, mas como não te perder de vista nem por um instante? Me esforço, me dou de graça, não consigo resistir por muito tempo. Como se isso não fosse o bastante, me defendo como posso.