sábado, 31 de dezembro de 2011

O Novo, Martha Medeiros in Montanha-Russa, crônicas, L&PM, 2006


    Procura-se, vivo: Morto não interessa. Procura-se a novidade que vai fazer o povo refletir, questionar, enlouquecer. Algo nunca visto, original, que desestruture, surpreenda, revolucione.
Raios, temos que ser novos. Não se pode repetir fórmulas, não se pode reprisar o que dá certo, ficam proibidos todos os prazeres conhecidos. Música, literatura, cinema, moda: reinventem-se!
Ai de quem não ousar.
    Se criamos frases com sujeito, verbo e predicado, não servem. Se fazemos concretismos, somos arcaicos. Arrancamos lágrimas, somos clichês. Arrancamos risos, somos superficiais. Criem, criem perucas feitas de acrílico, contos que matem o leitor, biquinis que mostrem a bunda: inspirem-se!!
Biquinis que mostrem a bunda, missão cumprida.
    Por todo o lado, a cobrança. Relações novas, cores novas nas unhas, histórias nunca contadas,
pensamentos nunca pensados, um jeito diferente de pintar o sol, de construir edifícios, de atender o telefone.
Fazer diferente, impressionar. Nada de ser lírico, nada de ser cru, transgrida, provoque a crítica, provoque o público, não caia no gosto popular, não seja excêntrico, não seja petulante, não seja o mesmo, não tenha estilo, não finja ser o que não é, não seja excessivamente confessional, olha o umbigo...
    Decore sua casa com cáctus gigantes e tenha um lagarto como bicho de estimação. Não, isso é tão anos 70... Leia todos os clássicos da literatura alemã, francesa, inglesa, americana - sim, seja intelectual, isso pega bem até a meia-noite de hoje. A partir de amanhã, leia e releia blogs, literatura do futuro.
Use batom branco, não use calcinhas, tome energéticos, tome algo lilás, não seja bonito, seja interessante, consuma, consuma, consuma até encontrar o seu tipo, o seu modo de estar no mundo. É tudo tão antigo, tão igual, cause impacto, escandalize a plateia e o porteiro do seu prédio. Ou seja terna. Ternura! Enfim, uma palavra nova. Use ternura, coma ternura, vista ternura. Até o final da estação.
    Procura-se o novo. Embaixo da cama, em cima da cama, dentro dos livros, nos faróis dos carros, nos videoclipes. Despreza-se o mesmo, feito do mesmo jeito. Despreza-se a qualidade mil vezes vista. Despreza-se o consagrado - abram espaço para o inusitado.
Se vocês encontrarem o novo, não se apressem em me mostrar. Ainda estou absorvendo o que foi novo horas atrás.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O céu me lembra você

   
                               
     Ontem, 26 de dezembro de 2011 estava deitada no quintal de casa. Olhei para o céu, como sempre faço. Gosto de admirar o céu e de ficar procurando bichinhos e outros desenhos nas nuvens. Não importa se é dia ou noite. Nuvens pode estar tanto de dia quanto de noite, mas o que muda é o espetáculo. 
    Gosto de observar o céu pela manhã, quando o sol está nascendo e quando as estrelas e a lua estão dando lugar a luz do dia e o sol aparece imponente. Gosto de olhar o céu quando ele está se pondo, principalmente se eu estiver acompanhada, com você é claro. Gosto de olhar as fases da lua principalmente quando ela está cheia. Até mesmo de madrugada o céu é lindo.
    Mas, na verdade, eu não vim falar do céu não só por isso. Mas o céu me faz lembrar você. Olhar pro céu me faz lembrar da calma que você me traz. O céu me faz  lembrar o quanto me sinto bem ao estar ao teu lado. O céu me faz lembrar que esqueço do mundo quando estou com você.
    O céu me traz toda a calma que você me traz. As nuvens me faz flutuar em meus pensamentos em busca de você. O céu me faz lembrar dos nossos momentos maravilhosos, e que bons momentos. O céu me faz desejar viver todos esses momentos de novo. Cada um, sem exceção, mas com mais intensidade. O céu me faz desejar-te cada dia mais, cada vez mais, cada momento mais e mais.
    O céu me faz lembrar o futuro. Futuro que ainda estamos por construir. Mas, essa sensação é tão grande e espetacular em mim que fico me perguntando como posso sentir algo que ainda nem foi construído? Não sei explicar. Não quero explicações. Apenas gosto de sentir essa sensação que me faz feliz. Nos momentos tristes ou difíceis me apego a isso e fico bem mais tranquila.
    Não sei explicar com palavras racionais o que senti ao ver o céu ontem. Mas sei que só lembrava de você, e da saudade que tava sentido e da falta que você me faz. Além da vontade de te ter aqui do meu lado no meu quintal, olhando pro céu, sentindo essa sensação maravilhosa e dormindo ao meu lado num sono tranquilo. Apenas isso!