quinta-feira, 14 de abril de 2011

Minha prisão mental

    Estou presa na pior de todas as carceragem que se pode estar presa: minha mente. Já não sei se ela pede para ir lá fora, se quer comer, se quer falar, se quer beber, se quer fumar ou até mesmo se quer fazer amor. Só sei que ela, nesse momento, quer descanso. O descanso dos fiéis, dos justos, dos que andam pelas veredas certas, sem titubear.   
    Ela quer estar presa em algo, mas a todo momento lhe escapole por entre as veias, gota a gota de seus pensamentos, de seus desejos, de seus anseios, de seu quê sem saber o quê. Lhe escapole a dúvida, a dívida, as desgraças suas e as alheias. Lhe escapole as catástrofes, as fúrias, ódios e rancores. 
    Eu desejo a solidão mental. Que meus pensamentos naveguem em mares dante nunca navegados. Em rios profundos e caudalosos, em uma constelação repleta de alguma coisa, que não sei dizer ainda o que seja essa coisa. Só sei que foi assim, como diria Chicó! Só sei que é assim. Não me venham pedir explicações sobre isso, pois não sei dizer nada que se refira a isso, a esse vazio que está em meu coração nesse momento. 
    Ela apenas quer descansar, ela e eu. Descansar um pouco para poder acordar sã, consciente de tudo e de todos. Elas querem sim, mas não sabem. Não sabem dizer ao certo o que bem querem para o seu bem querer. Querer já é demais, ousadia para quem quer muito e não se contenta com muito pouco. Querem com tanta ânsia.que chega a sufocar essa solidão dentro de si, numa angustia profunda, com gestos agonizantes e atitudes esquisitas.... estranhas...
    Tão estranha essa mente, essa eu, esse querer que me aprisiona em mim mesma, sem poder nos livrar desse medo de não sei bem o quê. Ah, como eu queria ser um grão de areia, uma luz no fim do túnel, um João no pé de feijão. Eu queria apenas sair desse vazio e aprisionar-me em algo mais cheio e luminoso.                 Minha mente tem grades de ferro! Ferro fundido. 
    Às vezes, me pego parada, pensando em nada, olhando por entre as janelas do ônibus, vendo um nada que se arvora em minha face. A espera que desse nada surja o que eu tanto esperava... ou até mesmo um nada...Mas eu tenho certeza que a mente vai mudar e tudo passará a ter sentido.   

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