domingo, 6 de fevereiro de 2011

O perigo de uma história única.


    Os perigos que se corre ao ouvir uma única história são muitos. Essas histórias afetam profundamente as nossas vidas, e podem causar muitos danos. Vivemos toda nossa vida ouvindo muitas histórias, o problema é o ponto de vista dela e de quem as conta. Crescemos ouvindo que a nossa cor era parda, pois assim é que se encontra em nossos registro de nascimento.  Primeiro ledo engano, que se arrastará por nossas vidas até a morte.

    Depois nos disseram que teríamos que casar, ter filhos, marido, cuidar da casa, etcetera e tal. E para os homens, disseram que eles teriam que constituir uma família, ter uma esposa, trabalhar para prover o sustento da casa. Mas, esqueceram de dizer que no século em que vivemos essa regra não funciona mais. E que não precisamos exatamente ter um marido ou uma mulher, e que podemos viver muito bem sozinhos. Casar é apenas um ponto de vista, e do meu ângulo essa hipótese está fora de cogitação. Piorou ter filhos. 

    Esqueceram de nos dizer que além dessa vida não conhecemos outra. Mas, mesmo assim insistem em nos dizer que temos que seguir muitas regras. Regras pra quê? Como diz o ditado: regras não são para serem cumpridas e sim quebradas. sigo-o  sem pestanejar. Disseram-nos que tínhamos que começar a pensar a namorar a partir dos 18 anos, que tínhamos que ter um RG e um CPF. A história única que nos contaram é justamente que somos um número, e como tal sem ele não existimos. 

    Para nos meter medo, quando crianças, disseram-nos que se desobedecêssemos nossos pais o homem do saco iria nos pegar e colocar dentro do saco. E muitas daquelas histórias que pareciam horrorosas e que hoje nos acabamos de rir, do quanto fomos ingênuos em acreditar em tal besteira. Nos disseram que na páscoa o coelhinho iria trazer nosso chocolate, que no natal o Papai Noel iria descer pela chaminé e colocar nosso presente na árvore de natal. Mas, eu sempre me perguntei se era verdade, pois aqui em casa não tem chaminé, nem tão pouco pinheiro pra ele escalar e entra na bendita chaminé. Na verdade eu achava essas história ridículas, nunca as levei à sério, apesar de ter ficado com aquela dúvida: será que ele vem mesmo? Mesmo sabendo que eram nossos pais quem colocava os presentes nas árvores, isso quando tinha árvore e quando tinha presente.

    Disseram que tínhamos que terminar o segundo grau para nos formar e ser gente, mas ainda hoje esquecem de dizer para essas pessoas que elas tem que continuar a estudar, pois o segundo grau não serve pra nada. Sem faculdade não temos um bom emprego ou com ela as coisas não são tão boas assim. Disseram que teríamos que ser homem ou mulher, e esqueceram de dizer da diversidade que existe no mundo. Por isso muitos de nós crescemos preconceituosos e não sabemos opinar sobre muitas coisas ao nosso redor, fazendo dessa forma o preconceito e a discriminação se perpetuarem ao longo dos anos. 
    
    Nos disseram muitas vezes que álcool fazia mal, e que fumar também. Mas, porque essas mesmas pessoas fumam, bebem e acima de tudo produzem ambas as drogas? Já me disseram tantas histórias, que se eu for contá-las passarei o resto de minha vida aqui a escrever. Então, resumindo, se pode perceber que muitas das histórias que me contaram, contaram pra você caro leitor(a) e pra muitas outras pessoas. E que continuarão a contar e contra sem cessar. O que importa é que possamos identificar o que essas histórias podem causar em nós, e se elas irão nos servir pra alguma coisa em nossas vidas, nem que seja como lição. O que nunca me disseram e que mesmo assim eu sigo em minha vida, é que tenho apenas 24 anos, e que ainda não aproveitei o melhor da vida, e que o amor que vivi foi bom e que pode ser melhor ainda, e que eu posso fazer os outros felizes, nem que seja momentaneamente. Só tenho uma vida, e sei apenas o que acontecera nela, nessa, em outra não sei se existe e o que acontecerá, então, vivo-a intensamente, sem medo de errar, e se errar é voltar e tentar acertar, e caso não seja dessa forma continuar a erra em busca do acerto. E assim segue a vida e as histórias.   

Nenhum comentário: