sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011?

  
    Hoje é o último dia do ano. Dia 31 de dezembro, de todos os anos, é o dia em que as pessoas geralmente param pra pensar o que fizeram durante os 365 do ano. Alguns se lamentam pelas coisas que não fizeram, ou pelas que não fizeram, outros se jubilam por tudo que fizeram, e sempre prometem fazer diferente e melhor no próximo ano. 
    Mas, todo ano é a mesma coisa, sempre as mesmas promessas e fazem sempre as mesmas coisas, e assim continuam a prometer todos os anos as mesmas coisas, que às vezes nunca se realizam. As pessoas devem tomar consciência de que não adianta prometer, e de que o novo ano não fará nada por elas, e sim elas mesmas que devem fazer para que o novo ano seja novo de verdade. Elas compram roupas novas achando que assim o ano será novo, mas na verdade ultrapassam o ano velho e chegam ao ano novo com atitudes arcaicas, desprezíveis e repugnantes.
    O ano novo é apenas o ano novo. Novo porque o velho terminou. Novo porque o calendário muda, os dias que foram em um certo dia do calendário antigo, nesse novo ano será em outro, um após ou um antes. Novo porque o adjetivo velho foi substituído pelo novo. Novo porque apesar de ser um dia como qualquer outro, se rompe com o ano velho numa data comemorativa.
    As pessoas costumam colocar no ano novo todo o peso da responsabilidade, das suas responsabilidades. Como se o ano novo fosse resolver seus problemas. Acredito que o ano novo está enfadado de tantas promessas, ele só será novo de verdade quando as pessoas passarem a exercer suas responsabilidades deixando de culpar os outros ou ao ano que passou, tudo o que lhes aconteceu.
    O verdadeiro sentido de ano novo é simbólico. Mas, para torná-lo real, temo que nos tornar reais e verdadeiros com as pessoas e conosco. Deixar de pensar uma coisa e fazer outra, só para agradar aos outros. Temos que deixar de mentir principalmente para nós mesmo. Deixar de dizer que vamos emagrecer, em que na verdade comemos mais do que nunca; deixar de dizer que vai mudar as atitudes, em que na verdade sabemos que essas atitudes residem dentro de nós, e não podem ser mudadas de uma hora para outra; de que vamos ser bons e respeitosos com quem gosta da gente, em que na primeira oportunidade as machucamos, e assim por diante.
    Mas, para fazer um ano novo de verdade, não adianta fazer promessas. O verdadeiro ano novo cochila dentro de nós, na espera que acordemo-os e faça dele algo de bom. Mas, o que fazemos? Nada! O que eu vou farei? Não sei! Não vou prometer mundos e fundos, vou apenas esperar que as coisas se concretizem aos poucos, sem pressa e sem demora, tudo no tempo certo. Será que farei o ano ser novo de verdade? Creio que seja o desejo de todos nós. Mas, nem sempre fazemos por onde as coisas aconteçam. 

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